11 de janeiro de 2011

Reino Unido, uma "caxemira" pacificada

Paquistaneses e indianos se preparam para mais um capítulo na disputa que envolve os dois países há mais de meio século. Só que, ao contrário do que ocorre desde o fim da colonização britânica, em 1947, a nova etapa desse conflito não vai acontecer nos campos de batalha da Caxemira, e sim no mercado cervejeiro europeu.

Consolidadas no Reino Unido em diversos restaurantes que servem comidas típicas da ex-colônia na Ásia, marcas indianas como a Kingfish precisam ficar de olhos bem abertos. Isso porque a principal cervejaria do Paquistão decidiu que também quer uma fatia desse mercado. E não vai faltar experiência.

Criada em 1860 para atender à demanda dos militares britânicos que ocupavam a então colônia no subcontinente indiano, a Murree Brewery pretende, agora, usar o mercado comum europeu para driblar as leis nacionais que limitam seu crescimento.



Desde 1977, quando ficou proibido no Paquistão o consumo de bebidas alcoólicas por muçulmanos, a cervejaria – que já foi uma das maiores do continente asiático – reduziu o poder de produção por falta de consumidores. Apenas 4% da população paquistanesa não segue o islamismo. E se Maomé não vai à montanha...

É para a Europa que a Murree Brewery está de mudança. Já que as leis paquistanesas proíbem, inclusive, a exportação de cerveja, o novo endereço vai ser Praga, na República Tcheca, centro do continente europeu. Além de viabilizar os negócios, novos ares vão dar mais estímulo à empresa.

A expectativa do executivo-chefe, o paquistanês não-muçulmano Isphanyar Bhandara, é competir com as cervejas indianas no mercado britânico já no prazo de três meses. A previsão é de disputa bastante acirrada. Mas, no fim das contas, espera-se que seja pacífica, inspirada nos pensamentos do idealizador Mahatma Gandhi: “olho por olho, e o mundo acabará cego”.

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