29 de setembro de 2011

Presença feminina no universo cervejeiro vira documentário


Há um tempo, um amigo disse que as mulheres só não dominaram o mundo até agora porque estão escolhendo a roupa ideal para a ocasião. Será que ele estava certo? Ou elas já dominaram e ainda não nos demos conta?

Bom, nosso país é governado por uma presidenta (e ai de quem não chamá-la desta forma). A principal economia da Europa, talvez a única saudável daquele continente, é comandada por uma alemã. No mercado de trabalho, apesar de muitas barreiras arcaicas ainda presentes, as mulheres aos poucos assumem o controle.

E no universo cervejeiro, já parou para pensar? Sem forçar muito a memória (e sem recorrer ao Google) consigo enumerar pelo menos 20 brasileiras (entre microcervejeiras, blogueiras e jornalistas especializadas, cervejeiras caseiras e sommeliers) que atuam com frequência nesse meio. E, certamente, esse número é muito maior.

Esse quadro não é muito diferente em outras partes do mundo. Nos EUA, por exemplo, posso afirmar que elas estão fazendo o maior sucesso. Digo isso porque foi lançado recentemente por lá um documentário sobre a presença das mulheres no universo cervejeiro. O nome da obra? Tudo a ver com com a alma feminina: The Love of Beer.

O filme é independente e, claro, produzido por uma mulher: Alison Grayson. Por enquanto, as exibições estão reservadas a alguns pubs e microcervejarias do estado de Oregon, noroeste dos EUA. Infelizmente, a participação do documentário em alguns festivais impede a exibição na internet. Mas não fiquem tristes, pois assim que estiver liberado, o Gole vai receber uma cópia em DVD. 

Curtam o trailer: 



Devo confessar que, depois de produzir o Arte Para Beber, estou muito tentado a explorar esse tema e fazer uma versão brasileira do 'The Love of Beer'. Se alguma cervejeira quiser participar, levante a mão nos comentários abaixo.

Até o próximo gole.

28 de setembro de 2011

Dogfish Head produz cerveja em parceria com o Google


Não há como negar que, hoje em dia, a Dogfish Head é um dos melhores exemplos de inovação. Em parceria com o Google, a cervejaria de Delaware, leste dos EUA, acaba de produzir uma cerveja com ingredientes de várias partes do mundo.

A gigante da internet contribuiu com tecnologia e expertise em pesquisa para encontrar as melhores opções de ingredientes. Sam Calagione e sua equipe colocaram a mão na massa e o resultado foi uma Belgian Dubbel batizada de URKontinent. Sementes de acácia da Austrália, amaranto torrado da América do Sul e rooibos verdes africanos estão entre as especiarias adicionadas à cerveja.

A URKontinent foi lançada ontem e está disponível apenas nas chopeiras do bar da própria cervejaria. Se tudo der certo, em cerca de quatro meses, a Dogfish Head deve engarrafar e expandir a comercialização da cerveja elaborada em parceria com o Google.

Abaixo, um vídeo (em inglês) que mostra como funcionou o projeto:


Até o próximo gole.

Artesão cria sapatos com caixas de cerveja


O Gole não cansa de afirmar que cerveja é arte, mesmo quando não se trata da bebida em si. Um artista britânico, conhecido como "artesão louco do papelão", resolveu também dar uma força para meio ambiente. Criou sapatos com caixas de cerveja que seriam jogadas no lixo.

A proposta de Mark O'Brien é apenas artística, pois os sapatos não podem ser calçados. As obras estão à venda aqui. E também vale dar uma conferida no portfólio do artista.

Até o próximo gole.

27 de setembro de 2011

E se a AB-Inbev comprasse a SABMiller?


Não se trataria de uma simples fusão, aquisição, incorporação... Chame como quiser. O valor envolvido nessa eventual transação seria recorde na história: U$ 80 bilhões. Difícil imaginar a proporção dessa cifra, não é?

Mas não é o Gole que está jogando palavras ao vento. Essa hipótese foi levantada em uma matéria da Reuters, que ouviu empresários, analistas e banqueiros. Dentre as maiores cervejarias do mundo, eles classificam a SABMiller (2ª no ranking, atrás da AB-Inbev), como a mais vulnerável a essa eventual operação.

Os entrevistados sugerem até mesmo o ano em que essa aquisição deverá ocorrer: 2013. Bom, imagino que estes senhores tenham primeiras, segundas e até terceiras intenções camufladas em declarações como essas. A jogatina é complexa e os primeiros coringas já podem estar sendo descartados à mesa.

Uma coisa é certa: não seria nada saudável que uma única cervejaria fosse responsável por mais de um terço da produção mundial da bebida. A concorrência faz bem ao consumidor. Mas, infelizmente, ela está cada vez mais escassa no mercado de cervejas comerciais do mundo.

(Leia aqui a matéria da Reuters)

Até o próximo gole.

10 de setembro de 2011

Cerveja artesanal ganha prêmios e orgulha brasileiros

O país da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos já coleciona títulos e medalhas. Apesar de todos os problemas com burocracia, infraestrutura e falta de investimentos públicos, o jovem time brasileiro tem feito bonito nas competições internacionais. É a prova de que sucesso e legado só resultam de um trabalho realizado com seriedade e dedicação.


Obviamente, não estou me referindo ao futebol. Até poderia mencionar remadores, atletas do salto em altura ou mesmo da natação. Mas não... O que pretendo destacar no post de hoje é o excelente desempenho das cervejas artesanais brasileiras em torneios pelo mundo e o legado que elas estão proporcionando à cultura cervejeira no país.

O Chile foi o palco mais recente do espetáculo que os nossos craques propiciaram aos torcedores, quero dizer, aos jurados da Copa Cervezas de América, realizada em Santiago entre os dias 5 e 10 de setembro. Bamberg (SP), Bierhoff (PR) , Bierland (SC), Bodebrown (PR) e Invicta (SP) formaram o plantel verde e amarelo na competição. 

A burocracia tupiniquim, porém, também entrou em campo. Com as garrafas enviadas para o Chile retidas pela Polícia Federal, a cervejaria Colorado (SP), infelizmente, foi um desfalque para a equipe. Mas o time brasileiro deu a volta por cima e a dupla de ataque Bamberg e Bierland garantiu importantes canecos (ou seria melhor canecas?!) para a cerveja brasileira (confira aqui o quadro de medalhas). 

Alexandre Bazzo, mestre-cervejeiro e proprietário da Bamberg Bier
Artilheira da competição (1 ouro e 2 pratas), a Bamberg ainda levou o prêmio de melhor cervejaria do ano e já soma 12 medalhas conquistadas em 2011. "É a noção de que estamos no caminho certo, estudando muito, valorizando as técnicas de produção e tendo uma equipe disposta a atingir o mesmo objetivo, que é fazer cerveja boa", comemora Alexandre Bazzo, mestre-cervejeiro e proprietário da cervejaria de Votorantim-SP.

No fim das contas, a maior beneficiada é a cerveja artesanal brasileira, que vai deixando para trás a fama internacional de que o Brasil só gosta de cervejas de massa. "Foi importante poder mostrar que o universo cervejeiro no Brasil existe e está em franco desenvolvimento", comenta a jornalista e sommelier de cervejas Fabiana Arreguy, que integrou o corpo de jurados da competição. "O Brasil foi o grande comentário da noite de premiação. É claro que senti uma ponta de orgulho e vaidade sem tamanho". 

Jurados da Copa Cervezas de América 2011
A jornalista destaca também a simplicidade dos microcervejeiros chilenos, muito interessados em aprender com os jurados norte-americanos de alto nível técnico, e a organização do evento. É importante acrescentar que a Copa Cervezas de América recebeu apoio do governo chileno, que tem a proposta de incentivar e elevar a cerveja ao mesmo patamar do vinho.

No Brasil, algumas promessas de incentivo às microcervejarias estão em fase embrionária. De concreto, efetivamente, ainda não se tem nada. O desempenho dos craques da cerveja artesanal brasileira dentro e fora do Brasil pode (e deve) ser levado em conta. 

A soma de investimentos sérios e bem direcionados, legislação justa e ética, além de comprometimento, só pode resultar em algo positivo. E isso não serve apenas para o fortalecimento da cultura cervejeira no Brasil. É, também, uma boa dica para os responsáveis pela organização dos grandes eventos esportivos que vêm por aí.

Até o próximo gole.
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