30 de agosto de 2010

Anúncio de cerveja na China e o mercado da bebida no oriente

Quem nunca relembrou com amigos os mais interessantes e clássicos comerciais de cerveja que viram na TV? Os intervalos das principais atrações dos grandes canais sempre estiveram repletos de peças publicitárias criadas não só para estimular o consumo como, também, para conquistar e entreter o telespectador.

Hoje em dia, a conquista parece ter perdido um pouco do romantismo. A apelação sexual nos comerciais brasileiros de cerveja já foi maior, é verdade, mas falta ainda um pouco de capricho. Na prática, o figurino das mulheres ganhou um pouco mais de tecido e os homens as atacam de forma mais discreta. Pelo mundo, graças à internet, é possível garimpar umas criações para cervejas bem bacanas, sem tanto apelo.


O vídeo acima é um comercial da holandesa Heineken (versão em inglês). Foi criado em 2006 para exibição na metrópole mais populosa do mundo. Com aproximadamente 14 milhões de habitantes, Shanghai é o principal pólo econômico da China, país que mais produz cerveja no mundo: 35 bilhões de litros/ano.

O chinês, entretanto, não é um grande consumidor da bebida. República Tcheca, Irlanda e Alemanha são os três primeiros no consumo per capita. O ponto forte dos asiáticos é exportação. Agora, é só aguardar pela invasão de rótulos ilegíveis por aqui.

24 de agosto de 2010

Mudanças climáticas afetam o mercado de cerveja

Dia quente e cerveja gelada é a parceria predileta dos comerciais de marcas brasileiras. Já no Velho Mundo, a dupla não tem feito muito sucesso. O forte e seco verão europeu tirou do continente o posto de maior produtor de cerveja do mundo, colocando a Ásia no topo da produção global.

Marchando seis bilhões de litros à frente do novo segundo colocado, as cervejarias asiáticas tiram vantagem do fato de terem um mercado consumidor da bebida mais contido, enquanto a Europa colhe o que o ser humano tem plantado. Ou melhor, deixa de colher.

Um quarto da produção de grãos na Rússia foi consumido pelo fogo. Isto fez com que Vladimir Putin – a voz de comando no maior país da Europa e do mundo – suspendesse as exportações de trigo russo, o terceiro mais comercializado no mercado global, prejudicando a produção de cerveja no continente inteiro.

Os asiáticos, atualmente com excedente para o comércio externo, produziram 103 bilhões de litros de cerveja no último ano. Se toda essa fartura fosse partilhada no país de maior população do mundo, cada um dos 1,3 bilhão de chineses ficaria com quase 80 litros da bebida.

Por aqui, boas notícias

Em terras brasileiras, não faltam focos de incêndio. Porém, o que pega fogo atualmente no mercado nacional de cerveja são as importações da bebida. Antes rejeitadas pelo público brasileiro por serem mais fortes e amargas, as cervejas importadas têm deixado de ser exclusividade de poucas prateleiras e conquistam espaço nas grandes redes de supermercado.


Cores e sabores variados reforçam a segmentação do ramo, o que tem proporcionado também a pequenos produtores brasileiros boas perspectivas no mercado nacional. Cervejas importadas pagam taxas de 20% e, mesmo assim, alcançam bons resultados nas vendas.

Com a vantagem de sofrer menos com burocracia, quem produzir cerveja nacional de qualidade, diversificada e competitiva pode postular um lugar ao sol, com direito a um gole bem gelado, como acontece nos comerciais brasileiros.

20 de agosto de 2010

Engradados de cerveja para fugir do calor na Europa

Futuros arquitetos alemães dão novo significado à relação entre engradados de cerveja e lazer. Um grupo de estudantes da Universidade de Ciências Aplicadas de Detmold idealizou e ergueu um espaço dedicado a shows, eventos, concertos e reuniões que tem tudo a ver com o Gole de Cerveja.

Resultado de um trabalho que envolveu 20 pessoas, cerca de 2.000 engradados (grades ou caixas) e uma semana de montagem, o Pavilhão Boxel vai refrescar a cuca de quem circula pelo campus até o final do verão europeu, em 23 de setembro, quando será desmontado e 100% reciclado.


Fábricas locais de cerveja doaram os “tijolos” da estrutura, que já circulavam há mais de dez anos pelos bares de Detmold, a cidade da cultura no centro-oeste da Alemanha. Visto de fora, o pavilhão se destaca por estar em harmonia com o ambiente. Não à toa, ganhou destaque na blogosfera especializada em Arquitetura e Design.

Entretanto, sem querer botar água no chope de ninguém, faltou o pessoal de Interiores descolar umas mesas com engradados cheios e gelados. Com o calor crescente que a Europa tem enfrentado verão após verão, uns goles de cerveja seriam ótima ideia.

16 de agosto de 2010

Cerveja e sociedade: uma relação histórica

Gole de Cerveja é um novo blog sobre uma das paixões mais antigas do ser humano. A cerveja foi símbolo na sociedade que inventou a escrita. Os sumérios, habitantes da Mesopotâmia (atual Iraque) até cerca de 2000 a.C., cunhavam em tábuas de argila os registros de comércio e tributos, em que a bebida tinha status de moeda.

Todo trabalhador da Suméria recebia pelo menos um litro de cerveja por dia. O registro mais antigo sobre a existência deste líquido é expresso por esse povo em escrita cuneiforme. Na imagem, duas pessoas partilham o conteúdo do mesmo jarro, usando grandes canudos para filtrar o líquido que aquela sociedade considerava sagrado.

Para os sumérios, dividir o mesmo jarro de cerveja com alguém era prova de confiança e respeito. Hoje em dia, o brinde faz esse papel. De acordo com Tom Standage, autor de um livro sobre o assunto, tocar os copos no centro da mesa é a representação de que todos estão compartilhando o mesmo líquido sagrado.

O consumo coletivo da cerveja é, portanto, uma tradição milenar que este blog vai explorar, trocando ideias sobre mercado, marcas, empresas, bares, consumo responsável e tudo mais que o leitor achar que vale. E, antes de terminar, façamos um brinde ao primeiro de muitos goles.
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